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Prefeitura de Cabedelo celebra Dia da Mulher Negra com debate sobre inclusão do tema nas atividades de sala de aula

 


A Prefeitura Municipal de Cabedelo (PMC), por meio da Secretaria de Educação (Seduc), realizou, nesta terça-feira (19), uma comemoração relativa ao Dia da Mulher Negra – 25 de julho.

A iniciativa partiu da Coordenação da Diversidade Étnico Racial e de Gênero, do Setor de Projetos Educacionais e teve como objetivos combater o duplo preconceito existente contra a população negra feminina:  o estigma do racismo e o preconceito de gênero.

O evento aconteceu no Auditório da Seduc e teve como palestrantes a professora de Geografia Jadiele Berto, Assessora Técnica da Gerencia Executiva de Equidade Racial da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH); e a assistente social Viviane Lira, mestranda em Serviço Social, ativista LGBT e antirracista. As apresentações e os debates tiveram como temática “Mulheres Negras: lutas e conquistas”, conteúdo que visa reafirmar a identidade, a história e a luta das mulheres negras no Brasil.

“Além de celebrar a passagem desta data, que chama a atenção para a história, a importância e a luta da mulher negra por seus direitos, esse evento tem um cunho pedagógico, que atende a uma demanda curricular, busca colocar a questão em pauta e promover sua introdução no rol de temáticas estudadas e discutidas nas salas de aula. Ele foi direcionado especificamente para os professores do 5°ano, das disciplinas de História, Português e Artes. Trata-se de um incentivo para os professores trabalharem a temática na escola”, explicou a coordenadora da Diversidade Etnico-racial e de Gênero, Ivonete Coriolano.

A professora Jadiele Berto explicou o contexto em que se insere a obrigatoriedade de introdução do conteúdo nas escolas e destacou a importância crescente de sensibilizar os professores para explorar o tema, visando promover mudanças de visão sobre a questão desde a formação básica.

“Existe uma demanda do Movimento Negro com relação à educação e essa demanda culminou com a lei 10.639, de 2003, no que toca a obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira nas escolas públicas e privadas. Até hoje, contudo, existem lacunas em relação à efetivação. Então trazer as história das mulheres e da população negra, juntamente com outras demandas como a indígena, é visibilizar uma luta histórica de povos que sempre resistiram e participaram da construção da nação brasileira e até hoje estão na luta por direitos iguais e pela equidade racial”, ressaltou a professora e palestrante, Jadiele Berto.

Identidade, história e lutas - O Brasil celebra o Dia da Mulher Negra no dia 25 de julho, data instituída por meio da Lei nº 12.987, em 2014. A data foi inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha (31 de julho), criado em julho de 1992.

O Dia da mulher negra é comemorado desde o início do século XXI. Essa data também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no atual Estado de Mato Grosso durante o século XVIII.

Em comemoração, são realizadas audiências públicas, festivais, seminários, conferências e feiras, entre outras atividades, que têm por objetivo reafirmar a identidade, a história e a luta das mulheres negras brasileiras. Lembram que o Brasil foi em grande parte construído através, por cima e com sacrifício da mulher negra, que foi ama, babá, escrava, amante e prostituta para gerações de brasileiros, assim como também em vários outros países.

A chegada das mulheres africanas marcou a formação social brasileira. Na escravidão mulher negra sofreu uma dupla exploração, além der ser escravizada sofrendo da violência inerente a esse sistema ela foi também explorada sexualmente como amante, objeto de estupros e prostituta. Além disso, essas mulheres trouxeram tradições ancestrais que influenciaram a língua, os costumes, a alimentação, a medicina e a arte, além de introduzirem métodos agrícolas, vários produtos e valores coletivos no Brasil.

Foto: Reprodução Google.

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